Monday, September 25, 2017

2017 - Um reggae em São {Salvador} da Bahia de Todos os Santos

Pela primeira vez no Nordeste brasileiro, conheci a grande Salvadô, meu rei! 
A cidade, fundada em 1549 por Tomé de Sousa, foi a primeira sede administrativa portuguesa no Brasil. Hoje, a capital da Bahia é conhecida mundialmente por sua riqueza cultural, gastronômica e por sediar um dos maiores carnavais de rua do mundo.

Com uma chuvinha fina, fizemos um passeio rápido pelo Forte de Santo Antônio, que abriga o Farol da Barra, o segundo a ser construído em todo o continente americano.
 "A entrada da Baía de Todos os Santos é defendida pelo imponente Forte de Santo Antônio, cujos lampiões acesos e suspensos para orientação dos navios, vimos de noite." - Diário de bordo do pirata William Dampier (1699)

Fizemos um tour rápido pela cidade e fiquei impressionada com a quantidade de construções antigas lindíssimas que, infelizmente, estão muito descuidadas, a exemplo da Igreja Conceição da Praia, uma das mais antigas da Bahia.

Passamos, também, pela lindíssima Avenida Sete de Setembro, com árvores frondosas que criam um visual único em sua passagem.

Outro local maravilhoso é a Praça Campo Grande, com uma grade/obra de arte super delicada, feita por Danilo Colina, que se baseou nos desenhos do artista argentino Carybé
Imagem do Google

Mas o verdadeiro motivo da viagem foi mais uma formatura Ciência sem Fronteiras! E na Bahia, conheci uma comemoração diferente: um reggae! De acordo com o Dicionário de Baiano, "ao ser convidado para um reggae, não pense que vai ouvir alguma música de Bob Marley. A palavra é sinônimo de festa, balada ou encontro entre amigos." E foi ótimo esse reggae! Adorei rever os amigos do intercâmbio e fiquei impressionada com o rebolado do povo baiano! Seja branco, negro, amarelo ou vermelho, velho ou novo, parece que o gingado é característica impressa no DNA desse povo! 👏👏

Visitamos, também, o Museu Rodin Bahia, também conhecido como Palacete das Artes, mas infelizmente só pudemos visitar o exterior, pois a exposição permanente já estava fechada.

Passamos, rapidamente, pelo Museu de Arte da Bahia, o mais antigo do estado e um dos dez primeiros a serem fundados no país, contando com mais de 5000 obras de artes visuais e decorativas.

No acervo, há um piano já fabricado com espaço para materiais de costura, o que reflete a educação conservadora da mulher no século XIX. 
 Há, também, uma coleção impressionante de madeiras, do médico Antônio Berenguer, com cerca de 600 espécies.

Se a França tem um tipo de queijo para cada dia do ano, Salvador tem mais de 365 igrejas para serem visitadas! Chegando no bairro Pelourinho, por fora, uma fachada simples representa a Igreja e Convento de São Francisco...
 
Por dentro, fiquei extasiada com esta relíquia do Barroco brasileiro! São muitos detalhes riquíssimos e calcula-se que, aproximadamente, uma tonelada de ouro foi usada para pincelar as esculturas. É realmente chocante!  

 E não podia sair de Salvador sem provar o famoso acarajé! A cidade tem muita influencia africana, cultural e gastronomicamente. O acarajé é uma especialidade da culinária africana, feito com massa de feijão-fradinho frita em azeite de dendê e servido com vatapá, camarão e pimenta.
"É chegada a hora de tirar nossa nação das trevas da injustiça racial!" - Zumbi dos Palmares

Apreciamos, também, a vista do famoso Mercado Modelo, atração turística pelas lojas de artesanato e variedades.

E andamos pelas ruas do Pelourinho, que mesmo depois de mais de uma década da gravação do clip They Don't Care About Us, ainda tem um poster do Michael Jackson.
 O Pelô, localizado no Centro Histórico da Cidade, é um bairro com uma arquitetura colonial barroca muito formosa! A palavra pelourinho, tristemente, é em referência a uma coluna de pedra que ficava na praça para castigar os escravos.

Fechamos a viagem almoçando a típica moqueca baiana, que chegou borbulhando de quente! Comi uma moqueca vegetariana e provei moquecas com frutos do mar e banana-da-terra. Todas deliciosas!

Com o clima oscilando, nem pude dar um mergulho no mar... Na hora de partir, que o sol resolveu brilhar. Quem sabe eu volte para, como canta Toquinho, "passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã, ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã".


Monday, September 18, 2017

2017 - Os ventos impetuosos de {Arraial do Cabo} e {Cabo Frio}

Viajamos novamente para a Região dos Lagos, buscando mais uma aventura de mergulho, mas, infelizmente, com os ventos de 40km/h, a Capitania dos Portos cancelou todas as saídas de barcos de mergulho e turismo em Arraial do Cabo. 
Não teve mergulho, mas teve praia! 
Começamos o fim de semana aproveitando a Praia do Forte, em Cabo Frio, com águas azul-turquesa lindíssimas, uma areia branquinha e rochas gigantes que abrigam um forte construído pelos portugueses em 1616-1620.
Dentro da construção há um museu com fotografias e objetos, contando a história do forte, criado pela necessidade de garantir os interesses coloniais e por desconfianças em relação à Espanha.
 

Fizemos, também, um passeio de barco na Ilha do Japonês, com uma praia tão rasa que dá pra atravessar o mar andando de um lado para o outro.
Imagem do Google

E, à noite, fizemos um bate e volta em Búzios, na agitada Rua das Pedras, cheia de lojinhas e restaurantes maravilhosos. Adorei as lojas de impressão em azulejo, com designs para todos os gostos!
Idosas que somos, jantamos um bom caldinho de abobrinha com requeijão e ervas finas, acompanhado de um vinho. Delícia!

Tentamos visitar a famosa praia Pontal do Atalaia, mas quando chegamos já não era permitida a entrada. Então, encaramos uma subidinha nas pedras para a bela Praia do Forno, em Arraial do Cabo.

A praia, mais reservada até pelo difícil acesso, tem uma paisagem lindíssima! Infelizmente, a maré subiu muito rápido e perto do meio dia quase não tinha mais espaço na areia.

Ainda assim, deu tempo de fazer a nossa mascote Tuga, a tartaruga estilosa.

Finalizamos a viagem, caindo na piscina da pousada pra aproveitar o solzinho até o último minuto!

Monday, August 28, 2017

2017 - O Passado Maldito e o Presente Glorioso de {Ilha Grande}

Partimos com a Captain Dive para finalizar as aulas de mar do Curso Básico de Mergulho em Ilha Grande, RJ. A ilha, que fica a uns 40 minutos de barco de Angra dos Reis, é a maior do Rio de Janeiro, com uma vegetação de mata atlântica de uma beleza encantadora. 

Ficamos na pousada Nautilus, um local extremamente tranquilo e aconchegante, com uma comida realmente excelente e uma vista maravilhosa.

A ilha, apesar de suas belezas, carrega em suas terras uma história de muita tristeza. No passado, foi uma rota estratégica para piratas ingleses, holandeses e franceses que faziam tráfico ilegal de escravos e contrabando de ouro e mercadorias. Também, abrigou um lazareto, hospital onde os imigrantes eram isolados para não espalhar doenças, posteriormente, transformado em uma prisão.  Hoje, a atividade pesqueira é a fonte econômica mais importante para a população, juntamente com o turismo.

Tivemos nossa primeira aula de mar na própria pousada, que possui um deck, simulando um barco, com suporte para os cilindros e espaço para dar o "passo de gigante". Montamos o equipamento e caímos na água! A primeira descida sozinha foi uma loucura. Descemos uns 7 metros, com bastante coisas para gerenciar: respiração, flutuabilidade, compensação da pressão no ouvido, etc. Coisas que na segunda descida já se tornaram mais naturais, e, estando mais relaxada, pude apreciar as belezas da vida marinha. 
As águas do "mar de dentro" estavam um pouco agitadas, mas no terceiro mergulho, já estava dominando bem melhor as técnicas. Vi pela primeira vez uma tartaruga, mas a bixinha nadava tão rápido que não consegui acompanhar por muito tempo. No quarto e último mergulho, senti uma evolução tremenda e o segredo foi a tranquilidade. Fiz um passeio maravilhoso, em que consegui controlar muito melhor a flutuabilidade, que é essencial para observar o mundo subaquático sem encostar em nada.
Como a visibilidade estava em torno de 1 metro, infelizmente, não pudemos visitar o navio Pinguino, naufragado em 1967, que se encontra a 7-20 metros de profundidade.

À noite tivemos uma palestra maravilhosa de harmonização de vinhos, com o presidente da Associação Brasileira de Sommeliers, Bruno Vianna. 
O sommelier e Engenheiro Eletrônico possui o 2˚ maior título para profissionais do vinho, pelo Instituto Masters of Wine em Londres, podendo, agora, candidatar-se ao maior título mundial, concedido pela Court of Master Sommelier.
 O tema do evento foi Vinhos da Espanha, onde aprendemos um pouco sobre os pontos de análise para degustação de vinhos: visual (coloração, tonalidade, lágrimas...), olfato (floral, frutado, amadeirado...) e paladar (doçura, acidez, adstringência...). 
Degustamos 7 vinhos espanhóis magníficos, harmonizados com petiscos e um jantar delicioso. A harmonização que mais gostei foi do vinho Jerez Pedro Ximenez Viña 25 com figo, na sobremesa. Um show de sabores!

"Do nascimento, o homem carrega o peso da gravidade em seus ombros. É aparafusado à terra. Mas homem só tem que afundar embaixo da superfície e ele estará livre." - Jacques-Yves Cousteau 

Monday, July 24, 2017

2017 - Meu primeiro SCUBA Diving em {Arraial do Cabo}

Em busca de desafios e superação, partimos, animadas, para fazer o nosso primeiro mergulho no mar!
 Ficamos hospedadas em Cabo Frio, cidade com praias de águas cristalinas, excelentes para a prática de snorkeling (mergulho livre). Na Praia das Conchas, achei um spotpróximo a uma encosta, tão calmo como uma piscina e com visibilidade maravilhosa para apreciar a vida marinha.

A caminho de Arraial do Cabo, paramos no artístico Portal da Cidade, no estilo Páez Vilaró.

Embarcamos no Pier 3, para fazer o nosso Batismo (discover SCUBA dive), um mergulho acompanhado, para pessoas não certificadas. No barco, tivemos uma explicação rápida sobre equalização dos ouvidos para suportar a pressão, não interferência na vida subaquática e utilização dos equipamentos. 


Como ainda estou superando o medo d'água, ter feito previamente as aulas teóricas e de piscina do Curso Básico (Open Water SCUBA Diver) foi fundamental para me manter tranquila. Compreender os detalhes de como funciona a roupa de neoprene, que retarda a perda de calor, como é engenhado o cilindro de ar comprimido e não oxigênio, como o sistema é redundante em segurança, como lidar com a variação de pressão, como controlar a respiração, fizeram com que eu me preocupasse menos com o sistema SCUBA e aproveitasse muito mais o mergulho!

No batismo, podíamos descer até 10 metros de profundidade. Fomos até 7m, durante uns 30 minutos, com uma temperatura d'água de 21˚C. Estávamos batendo o queixo de frio, pois o corpo humano perde calor de 25 a 30 vezes mais rápido embaixo d'água que no ar, mas, com certeza, a fauna marinha exuberante compensou a tremedeira.

Ainda tive o privilégio de ser recebida por um gracioso cavalo-marinho.

Foi uma experiência única e maravilhosa! Um momento de calmaria indescritível! O descobrimento deste mundo novo só aumentou minha expectativa de finalizar o Curso Básico e explorar o universo submarino!